Especialistas apontam os riscos do uso excessivo das redes sociais entre adolescentes e propõem estratégias de autocuidado e equilíbrio. (Imagem gerada por IA em 21.11.24 – Chat GPT)
Com a crescente hiperconectividade e o uso intenso das redes sociais, os jovens estão cada vez mais vulneráveis aos impactos psicológicos negativos, como ansiedade, depressão e até pensamentos de dar cabo à vida. A constante exposição aos padrões de vida irreais e a busca incessante por validação online estão se tornando problemas significativos, especialmente entre os adolescentes que ainda estão em fase de desenvolvimento emocional.
Segundo a psicóloga Luciana Mescolin, do Centro Médico Adventista Silvestre, o cérebro humano só completa seu desenvolvimento aos 25 anos. “Antes dessa idade, a maturidade emocional ainda não está totalmente formada, tornando os jovens mais suscetíveis aos efeitos nocivos da sobrecarga de informações e estímulos digitais”, afirma Mescolin.
O impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens
A exposição contínua a vidas aparentemente perfeitas nas redes sociais gera sentimentos de inadequação e baixa autoestima, especialmente entre adolescentes. “O uso excessivo dessas plataformas está associado a altos níveis de depressão, pois a interação virtual muitas vezes substitui conexões sociais significativas”, explica Mescolin.
O capelão e psicólogo Uálace Costa, do Centro Médico Adventista Silvestre, também comenta sobre o impacto das redes: “As redes são construídas para que se passe o maior tempo possível conectado. Essa interação constante, somada à predisposição individual, pode ser o estopim para o adoecimento mental.”
Estratégias para reduzir a pressão das redes sociais
Luciana Mescolin sugere estratégias para promover ambientes mais saudáveis, como incentivar os jovens a praticar a gentileza consigo mesmos e a reconhecer que as redes sociais não refletem a realidade de forma integral. “Estabelecer limites de tempo para o uso das redes e promover pausas regulares ajuda a reduzir a sobrecarga emocional e a ansiedade”, ressalta.
O capelão complementa: “Ter um ambiente de acolhimento é extremamente importante. Pais e cuidadores devem estar atentos ao que os filhos consomem quando estão conectados. As próprias plataformas de redes sociais oferecem ferramentas de controle parental e regulação, como limite de tempo de uso.”
A relação entre o tempo online e o desenvolvimento de distúrbios
O uso excessivo de plataformas digitais está relacionado ao aumento de distúrbios como ansiedade social e fobia escolar. Mescolin observa que a comparação social frequente e a necessidade de validação nas redes podem aumentar a sensação de não pertencimento e insegurança, levando alguns jovens a evitar interações sociais presenciais. O capelão Uálace Costa acrescenta que, embora o tempo gasto online não seja diretamente responsável por distúrbios como ansiedade social, o uso excessivo pode ser um sintoma desses problemas, já que as relações mediadas por telas tendem a gerar menos ansiedade do que interações presenciais.
Incentivando o autocuidado e o equilíbrio entre vida digital e saúde mental
Para equilibrar o uso da tecnologia e proteger a saúde mental, Mescolin recomenda práticas como:
- Estabelecimento de limites de tempo para o uso de dispositivos.
- Desconexão regular, especialmente antes de dormir, para permitir momentos de descanso e convívio familiar.
- Estimular atividades físicas e hobbies que promovam o bem-estar mental e a socialização.
- Incentivar relações pessoais saudáveis, evitando que as interações virtuais substituam conexões reais e significativas.
O capelão destaca a importância de “ouvir sem julgamento e apontar possíveis formas de autocuidado, permitindo que os jovens tomem protagonismo na busca por bem-estar psicológico.”
A psicóloga também enfatiza o papel da família no apoio a essas práticas, destacando que pais que adotam comportamentos equilibrados no uso das redes sociais servem como exemplo para seus filhos. “O comprometimento dos pais em usar as redes com moderação é o primeiro passo para que os adolescentes façam escolhas mais saudáveis no mundo digital”, conclui.
As informações são uma colaboração de Luciana Mescolin e Uálace Costa, ambos atuam no Centro Médico Adventista Silvestre, em Botafogo – unidade do Hospital Adventista Silvestre. A edição do material foi uma gentileza da Trevo Assessoria.